OSKAR, o "Príncipe Perfeito"
Fernando Óscar
Pinto Lobo (Oskar), nascido em 1913, descendente de uma família de
Goa, e de avô inglês.
Licenciou-se em Arquitectura na Escola
Superior de Belas Artes de Lisboa, onde estudou pintura.
António Ferro foi afastado do Secretariado
Nacional da Informação em 1949. Foi o princípio do fim da sua Política do Espírito e da tutela sobre
uma fatia considerável das artes gráficas portuguesas.
Eixo programático do SNI e do
Estado Novo, o turismo elitista, assente na pureza do ar e dos costumes
regionais, cedeu o passo ao turismo de massas, à iniciativa privada e a
práticas de marketing mais agressivas e abrangentes. As praias e o clima
tornaram-se a locomotiva desta estratégia e o Sol, entidade intangível e
felizmente fora do alcance de mãos humanas, tinha bastante potencial
iconográfico.
Portugal País de Turismo, Anuário, 1961-1962 |
Nos anos 40, Óscar
Pinto Lobo, arquitecto, pintor, é o decorador da casa Olaio. A marca aposta em
força no mobiliário de estilo americano, em madeira de carvalho.
Toucador(Olaio), Óscar Pinto Lobo |
De 1932 a 1943, Oskar teve
papel relevante em jornais humorísticos e revistas infantis. Para além de ter
colaborado na revista Ilustração, publicou histórias aos quadradinhos na
revista ABC-Zinho, nomeadamente com os personagens Tom Migas e o seu
cavalo Cara Linda, e as adaptações de Bucha e Estica.
Laurel & Hardy |
Foi ainda
colaborador no Sempre Fixe (1932), em O Senhor Doutor
(1934), no Rim-Tim-Tim (1939) e O Faísca (1943). Depois dessa
data deixou de desenhar histórias aos quadradinhos, mas ficaram célebres as
aventuras da personagem a que acima nos referimos, bem como aquelas em que
parodiava estrelas de cinema.
Ana Salazar, 2012 |
Pai da estilista Ana Salazar, tinha com a sua mulher
Ema sempre a casa cheia de amigos. Na casa da Praia da Vitória, junto
ao Monumental, havia festas, serões, tertúlias enfim, por onde passavam o João
Villaret, António Ferro, Fernanda de Castro, ou Almada Negreiros de quem o seu
pai era muito amigo. Ana reconhece-se permanentemente no pai – um homem de
figura irrepreensível, sempre muito bem vestido, e a quem no Liceu Camões
chamavam o “príncipe perfeito”. Da família dele, só conheceu a avó e as duas
tias, Olga e Lia (Amélia, que «chegou a andar no liceu»).
O seu nome inclui-se entre os designers e artistas
que muito concorreram para uma imagem moderna do País e da TAP, como Sebastião
Rodrigues, Keil do Amaral, Eduardo Anahory, Louis Féraud, Ana Maravilhas, Sérgio
Sampaio, Leonildo Dias, João Velez, Carlos Rafael, Manuel Rodrigues e José
Soares.
Integrou o grupo
de sócios fundadores, juntamente com o escultor Martins Correia, pintores
João Barão, Manuela Pinheiro, Eduardo Alarcão, Silvana, Claudine Thireau,
Conceição Bartolomeu, Helena Justino, o jornalista Rodrigues Vaz, a escultora
Dorita Castelbranco, os pintores Amcoc, Mário Silva e Michel Horta e Costa, da
Tertúlia Literária e Artística PARLATÓRIO, criada em 18 de Outubro de 1989,
cujo objectivo principal era o da divulgação cultural e artística. A primeira
reunião que definiu os seus objectivos, teve lugar na Restaurante Parlatório.
Faleceu em Lisboa em 1995.
Fontes:
JFSR 2016